Cães que fazem xixi por empolgação ou submissão: Como lidar com esse comportamento?

Se você convive com um cão que faz xixi sempre que fica muito animado ou quando é repreendido, saiba que você não está sozinho — e, mais importante, isso não significa que ele esteja sendo “malcriado”. Esse comportamento é mais comum do que se imagina e tem origem emocional, não desobediência.

Existem dois tipos principais desse comportamento: o xixi por empolgação, geralmente feito por filhotes e cães jovens quando estão felizes, brincando ou quando alguém chega em casa; e o xixi por submissão, que costuma acontecer em momentos de insegurança ou medo, como ao receber uma bronca ou quando o cão se sente intimidado.

A chave para lidar com essas situações é a compreensão. Punir um cão por esse tipo de comportamento pode piorar ainda mais o quadro, aumentando o medo e a ansiedade dele. Em vez disso, é fundamental adotar uma abordagem gentil, baseada em carinho, segurança e reforço positivo.

Neste artigo, você vai entender melhor por que isso acontece e conhecer estratégias eficazes e amorosas para ajudar seu cão a superar esse comportamento de forma saudável.

Por que alguns cães urinam por empolgação ou submissão?

Se você tem um cão que faz xixi quando chega visita, quando você chega em casa, ou até mesmo quando ele é repreendido, saiba que esse comportamento não é raro. Muitos tutores se perguntam por que isso acontece, e a resposta pode estar ligada a emoções fortes — como empolgação ou submissão — e não necessariamente a um problema de saúde.

Causas comuns

Esse tipo de urina emocional acontece, em geral, por dois motivos principais: empolgação ou submissão.

  • Cães filhotes costumam urinar de empolgação quando estão muito felizes ou agitados. Eles ainda estão aprendendo a controlar a bexiga e suas emoções ao mesmo tempo.
  • Já a urina por submissão acontece geralmente quando o cão se sente intimidado ou ansioso, mesmo sem agressão direta. Isso pode acontecer ao ser repreendido, ao encontrar alguém desconhecido ou em situações que ele associa a algo negativo.
  • Ansiedade e traumas passados também são fatores importantes. Cães que sofreram maus-tratos ou viveram situações estressantes podem desenvolver esse comportamento como uma forma de se proteger ou agradar.

Diferença entre cães jovens e adultos

Nos cães jovens, esse comportamento costuma desaparecer com o tempo, à medida que eles ganham confiança, aprendem a controlar melhor o corpo e vivem experiências positivas. Com paciência, socialização e carinho, muitos filhotes superam isso naturalmente.

Já em cães adultos, a persistência desse comportamento pode indicar que há algo mais profundo acontecendo. Traumas não resolvidos, falta de socialização ou insegurança podem fazer com que mesmo um cão crescido continue urinando em situações de estresse emocional.

Sinais de que é um problema emocional (e não fisiológico)

É importante diferenciar um problema emocional de um fisiológico, como infecções urinárias ou incontinência. Fique atento aos sinais:

  • A urina acontece em momentos específicos, como quando alguém chega, quando o cão é chamado ou repreendido.
  • O cão geralmente adota uma postura submissa: orelhas para trás, barriga para cima, rabo entre as pernas.
  • A quantidade de urina costuma ser pequena.
  • Fora dessas situações, o cão faz xixi normalmente no local certo.

Se o cão urina em diferentes momentos do dia, em grande quantidade, ou demonstra dor, o ideal é consultar um veterinário para descartar problemas de saúde.

Xixi por empolgação – o que é e como identificar

Você chega em casa e seu cão corre em sua direção, pula, abana o rabo… e deixa um pinguinho de xixi no caminho. Se isso acontece com frequência, seu amigo de quatro patas pode estar fazendo xixi por empolgação – um comportamento comum, especialmente em filhotes e cães mais sensíveis.

Quando o xixi de empolgação acontece?

Esse tipo de xixi aparece em momentos de alegria intensa ou excitação, como:

  • Quando o tutor chega em casa depois de um tempo fora
  • Durante brincadeiras muito animadas
  • Ao receber visitas ou encontrar pessoas queridas
  • Em situações novas que deixam o cão eufórico

É importante lembrar que o cão não faz isso por desobediência ou por “birra”. Ele simplesmente não consegue controlar o xixi quando está muito animado.

Comportamentos associados

Além do xixi, o cão costuma demonstrar outros sinais claros de empolgação:

  • Abanar o rabo vigorosamente
  • Pular nas pessoas
  • Latir ou correr em círculos
  • Ficar ofegante ou se jogar no chão

Geralmente, a postura corporal é alegre e desinibida, diferente da postura de submissão (quando o cão parece encolhido ou assustado).

Dicas para evitar essas situações

Com paciência e alguns ajustes no seu comportamento, é possível ajudar seu cão a lidar melhor com a empolgação:

  • Evite fazer festa ao chegar: entre em casa com calma e só cumprimente o cão depois que ele estiver mais tranquilo.
  • Ignore pulos e agitação: espere ele se acalmar antes de dar atenção.
  • Reforce momentos de calma: recompense com petiscos ou carinho quando ele estiver quieto e comportado.
  • Estimule o autocontrole: ensine comandos como “senta” ou “fica”, que ajudam o cão a lidar melhor com a excitação.
  • Ofereça brinquedos ou distrações: assim ele canaliza a energia para algo positivo.

Com o tempo, o cão vai entender que ficar calmo é o que realmente chama sua atenção — e o xixi de empolgação tende a diminuir ou desaparecer.

Xixi por submissão – o que significa e como agir

Alguns cães fazem xixi não por empolgação, mas por submissão — uma resposta emocional ligada ao medo, à insegurança ou à tentativa de demonstrar que não representam ameaça. Esse tipo de comportamento é mais comum em cães sensíveis, tímidos ou que passaram por situações traumáticas.

Situações típicas em que isso acontece

O xixi por submissão costuma aparecer em momentos em que o cão se sente pressionado ou intimidado, como:

  • Ao ser repreendido ou ouvir broncas com tom de voz elevado
  • Na presença de pessoas desconhecidas, principalmente se se aproximam de forma direta
  • Quando alguém se inclina sobre ele, faz movimentos bruscos ou tenta pegá-lo no colo de repente
  • Ao ser tocado em momentos em que ele já está demonstrando medo

Nesses casos, o cão não está sendo desobediente — está apenas tentando se proteger da maneira que sabe.

Postura corporal associada

Esse comportamento geralmente vem acompanhado de sinais corporais bem específicos de submissão:

  • Orelhas para trás ou caídas
  • Olhar desviado, evitando contato visual direto
  • Corpo encolhido, muitas vezes deitando de barriga pra cima
  • Cauda entre as pernas
  • Tremores leves ou lambidas excessivas

Esses sinais indicam que o cão está tentando “pedir paz” e mostrar que não quer conflito.

Como ganhar a confiança do cão

A melhor forma de lidar com o xixi por submissão é construir uma relação de segurança e confiança com o cão. Algumas dicas para isso são:

  • Evite punições: gritos ou broncas só pioram o problema. O ideal é sempre usar reforço positivo.
  • Aproxime-se com calma: agache-se ao invés de se inclinar sobre o cão, fale com voz suave e evite movimentos bruscos.
  • Respeite o espaço dele: dê tempo para ele vir até você, sem forçar contato físico.
  • Reforce a autoconfiança: use petiscos e palavras doces quando ele demonstrar iniciativa ou se comportar de forma segura.
  • Crie rotinas tranquilas: cães previsíveis se sentem mais seguros. Mantenha horários e hábitos consistentes.

Com paciência, carinho e respeito ao tempo dele, o cão começa a entender que está em um ambiente seguro — e o xixi por submissão tende a desaparecer naturalmente.

O que evitar ao lidar com esses comportamentos

Lidar com um cão que faz xixi por empolgação ou submissão pode ser desafiador, especialmente quando não entendemos o que está por trás do comportamento. Mas antes de tentar “corrigir”, é essencial saber o que não fazer — porque, muitas vezes, ações bem-intencionadas podem piorar a situação.

Por que broncas e punições pioram o quadro

Muitos tutores, ao verem o cão fazer xixi no lugar errado (ou na hora errada), reagem com broncas, gritos ou até punições físicas. Mas quando o xixi tem origem emocional, essas reações aumentam o estresse e o medo, agravando o problema.

No caso do xixi por submissão, por exemplo, o cão pode passar a ter ainda mais medo do tutor — e urinar mais ainda como forma de se proteger. Já no xixi por empolgação, a bronca pode causar confusão: o cão estava feliz e, de repente, leva uma bronca. Isso cria um conflito emocional que pode gerar ansiedade e mais xixi.

Reações humanas que reforçam o comportamento sem querer

Além das punições, alguns comportamentos comuns também podem reforçar o problema sem a gente perceber:

  • Fazer festa exagerada ao chegar em casa (estimula ainda mais a empolgação)
  • Tocar ou falar com o cão enquanto ele está urinando (ele associa a atenção com o xixi)
  • Limpar o xixi na frente dele com irritação (isso pode ser interpretado como ameaça)
  • Abaixar-se sobre o cão de forma invasiva (o que pode provocar submissão)

O ideal é manter a calma, agir com naturalidade e só dar atenção quando o cão estiver tranquilo.

Mitos sobre “dominar” o cão

Infelizmente, ainda há quem acredite que é preciso “mostrar quem manda” ou “se impor” diante do cão. Essa ideia vem de interpretações ultrapassadas sobre a hierarquia dos lobos — e não se aplica à convivência com cães domesticados.

Tentar forçar obediência com base em medo, dominação ou punição não educa — apenas causa confusão e insegurança emocional. Um cão equilibrado e confiante não precisa ser “dominado”, mas sim compreendido, guiado e respeitado.

Educar com empatia é sempre mais eficaz do que corrigir com autoritarismo.

Dicas práticas para melhorar o comportamento

Quando o cão faz xixi por empolgação ou submissão, a mudança não acontece da noite para o dia — mas com paciência, carinho e algumas estratégias certeiras, é totalmente possível ajudar seu amigo a se sentir mais confiante e equilibrado. Veja algumas dicas práticas:

Invista no treinamento positivo

O treinamento positivo é a base de uma relação saudável entre tutor e cão. Em vez de punir os comportamentos indesejados, a ideia é reforçar o que ele faz de certo.

  • Recompense com petiscos, carinho ou palavras doces quando ele demonstrar comportamentos calmos.
  • Ignore comportamentos como pulos ou choramingos, para que ele entenda que não é assim que ganha atenção.
  • Nunca use gritos ou punições físicas — elas só causam medo e insegurança.

Crie rotinas seguras e previsíveis

Cães se sentem mais tranquilos quando sabem o que esperar do dia a dia.

  • Mantenha horários regulares para alimentação, passeios e brincadeiras.
  • Estabeleça um cantinho só dele, com caminha, brinquedos e água fresca.
  • Evite mudanças bruscas no ambiente e respeite o tempo dele para se adaptar a novidades.

Quanto mais segurança o cão tiver no ambiente, menos reações emocionais ele terá.

Reforce os comportamentos calmos

Muitos tutores dão atenção ao cão só quando ele está agitado — e isso acaba reforçando a excitação. O segredo está em valorizar a calma:

  • Elogie ou recompense quando ele estiver deitado, tranquilo ou apenas observando.
  • Use um tom de voz calmo para interagir, evitando alimentar a euforia.
  • Ao chegar em casa, ignore a agitação inicial e só dê carinho quando ele estiver mais sereno.

Com o tempo, ele aprende que ficar calmo é o que realmente funciona para ganhar sua atenção.

Ensine comandos que ajudam no autocontrole

Alguns comandos simples ajudam o cão a desenvolver autocontrole emocional, o que reduz os episódios de xixi por empolgação ou submissão:

  • “Senta” e “fica”: ajudam a desacelerar o corpo e a mente.
  • “Espera”: útil para ensinar a controlar impulsos antes de sair, comer ou brincar.
  • “Olha” ou “aqui”: direcionam o foco do cão para você, ajudando a tirar a atenção de estímulos externos.

Treine esses comandos com frequência e em ambientes tranquilos no início. Depois, vá aumentando os desafios aos poucos.


Com carinho, rotina e reforço positivo, seu cão aprende que não precisa se desesperar para ser notado — ele pode confiar em você. 💛

Quando procurar ajuda profissional

Embora muitos casos de xixi por empolgação ou submissão melhorem com paciência, carinho e pequenas mudanças na rotina, nem sempre é possível resolver tudo sozinho. Em alguns casos, buscar ajuda profissional é a melhor forma de garantir o bem-estar do seu cão — e o seu também.

Quando o problema persiste

Se o comportamento continua mesmo após semanas (ou meses) de treino positivo, rotina estruturada e tentativas de adaptação, é sinal de que pode haver algo mais profundo em jogo. Fique atento especialmente se:

  • O cão parece constantemente inseguro ou assustado
  • O xixi acontece com muita frequência ou intensidade
  • Ele demonstra outros sinais de ansiedade ou agressividade
  • O comportamento piora com o tempo, em vez de melhorar

Nesses casos, vale muito a pena contar com a orientação de um especialista.

Como um adestrador ou veterinário comportamental pode ajudar

Um adestrador com abordagem positiva pode ensinar o cão (e o tutor!) a lidar melhor com situações de empolgação ou submissão, usando métodos baseados em reforço positivo, sem punições. Ele também ajuda a identificar gatilhos específicos do comportamento e a criar um plano de ação individualizado.

Já um veterinário comportamentalista é ideal nos casos em que o cão apresenta traumas, fobias ou ansiedade mais intensa. Esse profissional tem formação médica e pode avaliar se há necessidade de medicação temporária, mudanças no ambiente ou estratégias complementares de terapia comportamental.

Avaliações médicas que podem ser necessárias

É sempre importante descartar causas fisiológicas antes de tratar o comportamento como puramente emocional. Alguns problemas de saúde podem gerar perda de controle urinário ou alterações no comportamento, como:

  • Infecção urinária
  • Incontinência
  • Problemas renais
  • Desequilíbrios hormonais

Por isso, se o cão começou a apresentar o comportamento de repente, ou se você notar alterações na quantidade, cor ou odor da urina, procure um veterinário clínico para uma avaliação completa.


Buscar ajuda profissional não é sinal de fracasso — é prova de cuidado e responsabilidade. Seu cão merece apoio, e você também. 💛

Conclusão

Lidar com o xixi por empolgação ou submissão pode ser desafiador no início, mas é importante lembrar: seu cão não está tentando te contrariar — ele está se expressando da forma que consegue. Por isso, empatia e paciência são essenciais nesse processo.

Entender o que está por trás do comportamento já é metade do caminho. A outra metade envolve ações simples, mas poderosas:

  • Evitar broncas e punições
  • Criar rotinas seguras e previsíveis
  • Reforçar comportamentos calmos
  • Ensinar comandos que promovem autocontrole
  • Buscar ajuda profissional quando necessário

Mais do que corrigir, o foco deve estar em construir uma relação de confiança e respeito. Com o tempo, seu cão vai se sentir mais seguro, e os episódios de xixi emocional tendem a diminuir — ou até desaparecer.

Acima de tudo, lembre-se: vocês estão aprendendo juntos. E cada passo nesse processo fortalece o vínculo entre vocês. ❤️

Seu cão não precisa de um dono perfeito — precisa de alguém que o ame, o compreenda e caminhe com ele. Sempre.

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